27.9.11

resposta

Sua mensagem me pareceu uma mensagem para si mesmo. O que você esperava que eu respondesse?

Eu fiquei muito curiosa pra entender o que você quis dizer com "saquei o quanto eu era filho da puta"... Porque pra mim, apenas os últimos acontecimentos foram chatos. Nada tinha sido chato até então. E eu acho que, se você quis dizer que durante todo o tempo foi filho da puta, eu não sei mais se quero saber. Talvez eu prefira guardar as lembranças do jeito que eu as tenho agora, bonitas, gostosas, lembranças que me dão saudade.

Não se odeie. Não viva com esse peso, não durma com esse barulho. Eu não te odeio.
Se for o caso, aprenda com isso. Sobre relações, sobre sinceridade, sobre "o outro" e o que ele está sentindo, que pode ser o oposto do que nós sentimos e nós devemos respeitar e valorizar, no sentido de que esse é o mundo e o modo que a pessoa vivencia, e não é menos e nem mais importante do que nosso próprio mundo. mas também deve ser ouvido.

Eu entendo que você não fez por mal, que o seu tempo sumido foi um tempo que você precisava para organizar suas idéias, ou então para bagunçá-las ainda mais... entendo que o amor e suas variantes podem apertar a tecla "mudo" da consciência...
E então eu modifico o que eu te disse no email em resposta ao seu, na parte em que disse que não compreendo porque você agiu assim. Eu compreendo, foi por tudo isso e mais do que eu falei nesse parágrafo. Não é pessoal, não é "comigo", tipo eu não encaro essa história pensando "eu não merecia isso", ou "você não devia ter feito isso comigo"...

Aconteceu, é a vida. Cabe a nós lidar com os fatos que aparecem...


"Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima" - Paulo Leminski