6.2.12

É, o ano virou. O verão chegou, a faculdade vai re-começar.
E você tá aqui... ocupando esse espaço enorme na minha cabeça.
Ainda.
Mas, apesar desta presente e constante invasão involuntária que você faz, esta é insustentável pra mim. Por que? Porque eu não quero mais carregar. Não quero.
E, já que não dá pra apagar ou silenciar a sua ausência/presença, que sempre se faz notável, chegou a hora de re-significar você. Tudo que você traz.
Então eu te peço ajuda, sozinha eu não estou conseguindo.
Eu queria, sabe. Queria que fosse mais fácil andar sem segurar na sua mão, sem dormir abraçado. Mas não é.
E isso não vai voltar. Eu posso transformar muitas coisas que se dão no presente, mas não posso mudar essas lembranças. Torná-las menos confortantes.
Mas quem sabe eu consiga... sei lá. alguma coisa diferente.
Quem sabe a gente possa ser alguma coisa que a gente nunca foi, mas adequada ao momento. Quem sabe a gente consiga ser: sem essa de fingir que não se viu, que a gente não está existindo.
No fundo no fundo, você sabe o que eu quero, né? Eu sei também.
Tudo isso que eu tô falando é uma maneira que eu achei de racionalizar que acabou. e eu não me desprendi do que era. Mas eu preciso. Eu preciso. Eu sei.
Na minha vida eu tive muitos momentos eu que eu percebi que era a hora da mudança.
A hora de pegar o touro à unha. Imagina essa cena, pegar um touro à unha.
É, você tem que estar muito certo de que quer aquilo pra partir pra ação, porque você só tem a sua unha, mas você precisa agir. Só você pode agir.
No caso, só eu posso agir. Pegar essa história com as mãos, vir até você e pedir a sua ajuda pra sair dessa situação que está posta.
E eu sei que eu tenho que ir em frente. Por mais que doa, eu preciso ser forte.
E isso é muito foda, cara, esse momento em que você tem que abrir mão do que você quer em nome do que tem que ser feito. E isso não é coisa de herói, não. É uma coisa que as pessoas, ao se perceberem mortais, tem que fazer. Escolhas. Você quer sofrer pelo leite derramado ou ir procurar mais leite? É preciso muito amor-próprio pra tirar força de onde você nem sabe se tem e voltar a viver. Tentar emagrecer, parar de usar drogas, parar de pensar em você. O mecanismo é o mesmo.
Não, não acho que estou sendo exagerada, porque todos são estados de espírito, sabe? E quando a pessoa que você ama, aquela com quem o beijo e o sexo encaixam, está namorando outra pessoa, é hora de seguir em frente.
E nesse caso eu não posso deixar você pelo caminho, já que você está no caminho. Morando na Zona Oeste e gostando de um tipo de música, você acaba nos mesmos lugares, né? Tipo a gente que se viu 4 vezes nas últimas 2 semanas.

É por isso que eu vim aqui. Pra botar em pratos limpos. Me conta como foi pra você tudo isso que aconteceu com a gente