22.4.07

Querer mais. Fim.

Vem, me diz o que você nunca sentiu por mim.
O que foi que aconteceu. Porque eu quis tanto te fazer mudar.
Porque do jeito que você caminha, você vai tropeçar! E chorar. Mais.
Eu também. Eu vou partir. Eu vou deixar você existir do jeito que eu não quis ver.
Minhas cocégas são duradoras, mas não te fazem sorrir pra mim.
Meu abraço te acalma enquanto você não me quer.
Sua lembrança dói quando eu não durmo.
E quando acordo, eu tive um pesadelo.

Eu tive um sonho, e ele não vingou.
Eu cai da ponte. Eu pulei o muro.
Eu fiz um furo no meu orgulho
e no meu caráter.
Você escorreu pra dentro de mim. Me inundou e não me preencheu.
Faltaram palavras demais pra ser real.
E foi tudo ilusão? O que pra você não foi diversão?
Em que momento você não escolheu nada?
Eu escolhi ser feliz. Longe de você.
E você ainda tá perto, ainda tá dentro.
Me cutuca, me faz chorar, olhar pra trás
ver que você não vem falar comigo.

A pergunta é, o que eu não posso fazer pra você ser feliz.
O que você nunca vai poder me dar.
Te fazer esquecer da dor, te afastar da fonte.
Não existe ponte entre nós.
Esse rio tóxico em que vocês nadam...

Nada que eu faça muda a estrutura mofada.
Eu não posso te beijar, te abraçar, te ver, ouvir suas confusões. As ouvi demais.

Você não se entregou às minhas palavras. Não sentiu o pôr do sol comigo.
Não sorriu com as minhas conquistas, não ouviu os meus sonhos.
Eu quis o mundo, você, o caos.
Não te esquecerei um dia.
Nem um dia.

Você me fará crescer para além do que quis
e querer mais.
Ou cair num buraco escuro, como o que sinto agora no meio do peito.
Eu escolho ser mais que esse amor.

4.4.07

Força.

Não tenho vontade de desistir. Já tive.
É duro e dói, mas todos os dias algo bom acontece. Alguns passam rápido, alguns parecem não acabar. Dormir não melhora se todos os agoras me fazem lembrar.
Ao acordar, ao tomar banho, ao cantar, ao escutar. Quando penso no fim de semana e na próxima vez que eu me deitar na cama...as coisas vão mudar?
Pensar me move, mesmo que às vezes eu rasteje.
Talvez eu me sinta mulher e saiba tudo que terei de enfrentar. Fico realmente ansiosa ao pensar como serei ao findar o ano.
Se ficaremos juntos, se seremos amigos. Eu esquecerei? Deixarei você tocar em mim?
Me sinto mais forte, e isso dá medo. O que é de doer, dói. No frio ou no calor, pensar em você me arrepia. Eu não quero me culpar, e não vou mais. Carregar que peso?
Nada melhora desse jeito. Foi suado o caminho que me fez encontrar o que carrego no peito. E isso sim, com orgulho.
Vale tudo por amor? Perdoar, sentir tesão. Que lágrimas, ou nenhuma?
Respeitar o que eu quero, ou o que eu acho que você pede?
Continuar querendo? O tempo vai sedimentar os restos de tudo isso?
E quando é suficiente?
É difícil ter tantas atitudes positivas ao mesmo tempo. A gente se acostuma, eu sei, mas é duro largar velhos hábitos.